março 21, 2014

Vision of the Seas: Lisboa - Brasil (15 dias)

VÁRIAS VIAGENS DEPOIS, ESTAVA NA ALTURA DE EXPERIMENTAR ALGO NOVO... UM CRUZEIRO! E LOGO UM TRANSATLÂNTICO!!! O "ROYAL CARIBBEAN: VISION OF THE SEAS" É UM NAVIO DE GAMA MÉDIA COM LUGAR PARA 2514 PASSAGEIROS DE 1998. O PERCURSO DEMORARIA 15 DIAS ENTRE LISBOA E SÃO PAULO, FAZENDO ESCALA NAS ILHAS CANÁRIAS, EM RECIFE, SALVADOR DA BAÍA E RIO DE JANEIRO.

1 dia, Início do cruzeiro


Depois de uma longa viagem entre o Algarve e o cais de Alcântara onde me esperava o Royal Caribbean Vision of the Seas, seguiu-se uma longa e inacreditável espera para passar o check-in.
O navio é bastante grande e era tudo o que estava à espera. Apesar de tudo não é dos maiores da RC, imagino como devem ser os outros navios como o Allure ou o Oásis of the Seas.
É um navio fabuloso que privilegia a vista para o mar como amplas janelas em toda a sua amplitude. Aqui dentro tem tudo o que precisa desde o shopping, teatro, cinema, spas, casino, discoteca, inúmeras opções de restaurantes e bares, piscina, jacuzzi, ginásio, jogos, animação, etc... E acima de tudo muita comida!! Praticamente desde que entramos só fizemos foi "encher o bandulho" que nem dois sem-abrigo famintos. Claro que ao fim de alguns dias começamos a ficar fartos de comida, é por isso que sertvem os restaurantes temáticos. Mais tarde espero realizar um relatório completo acerca deste navio. Fique à espera!


Um pouco mais tarde iniciamos a bonita partida do navio, passando por debaixo da Ponte 25 de Abril, contemplando toda a zona ribeirinha com o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém e entramos em alto Mar.
Fiquei um pouco descontente com o camarote pois não tinha janela! A diferença de preço não era assim tão grande e eu podia ter escolhido um quarto melhor mas enfim... A mim fez-me um pouco de confusão especialmente nas duas primeiras noites entre Lisboa e as Canárias em que houve bastante agitação marítima. 


Vários hambúrgueres mais tarde fomos jantar ao restaurante onde a comida é muito boa, um pouco mais gourmet quando comparando com o buffet. Existe a possibilidade de escolher entre o buffet que é servido no deck da piscina ou o restaurante que é mais chique. Nesta ultima opção deve apresentar vestuário adequado, apesar de eles não controlarem muito esse aspecto. Deve fazê-lo por si mesmo, pois poderá sentir-se um pouco inferiorizado em relação às outras pessoas. Os cruzeiros são mais frequentados por pessoas mais velhas e com dinheiro (ou a mania que o têm) e por isso anda sempre toda a gente bem vestida. Notei que há uma certa divisão de classes a bordo: a 1ª classe frequenta as áreas mais chiques do navio como os bares ou o casino, enquanto que a 2ª classe concentra-se mais no deck da piscina onde passam o dia a comer e a divertir-se.... Acho que me irei sempre identificar sempre com a 2ª classe! O navio ia cheio de portugueses e brasileiros e animação nunca faltou nesses longos 17 dias.

Nessa noite ainda me senti um pouco esquisito pois o balançar do navio nos primeiros dias faz-nos sentir um pouco bêbados por aqueles corredores afora!

2º dia, Em navegação...

Não dormi muito nessa primeira noite. Tardei em habituar-me ao balanceamento do navio para além de estar a sofrer de "síndrome de Titanic", pois a ideia de que ia naufragar era constante!
Neste dia ainda não esteve muito calor mas já deu para ir um pouco ao solário e aproveitar o jacuzzi, já que a piscina nos 3 primeiros dias esteve vazia devido ao estado do mar.
Depois de um farto pequeno almoço (café da manhã para os meus leitores brasileiros) quase seguido do almoço, fomos conhecer um pouco mais deste navio.
Tive a ressonar o resto da tarde para recuperar o sono perdido e depois de mais um jantar gostoso em noite de gala (lembre-se de levar o seu vestido de casamento pois a malta (galera) aqui gosta de impressionar!!! kkkk!
De seguida houve um espetáculo de Soul no "Masquerade Theater".
Logo ao lado fica o casino onde a maior parte das pessoas passam o tempo gastando aquilo que têm e não têm. Eu como não tenho fiquei só contemplando e coloquei só uma moedinha na slot machine.., é que eu sou muito forreta (mão de vaca)!
Um passeio à noite pelos decks exteriores é algo que recordo como bastante saudade...
De seguida fomos dormir porque na manhã seguinte chegaríamos a Las Palmas, ilhas canárias!!!

3º dia, Las Palmas

Finalmente terra à vista! Passou pouco tempo mas já tinha saudades de pisar solo firme (ainda que fosse território espanhol...).
Las Palmas é a capital da ilha Gran Canária e uma das co-capitais do arquipélago. Com uma população de 383.343 habitantes é a maior cidade das Ilhas Canárias.
Logo pelas 8h da manhã saímos para uma excursão panorâmica pela ilha. Infelizmente o tempo apesar dos agradáveis 23 graus.
A primeira paragem foi na Caldeira de Bandama, uma cratera provocada pela explosão da caldeira de um vulcão adormecido, cujo diâmetro é de mais de 100 metros e com uma profundidade de mais de 200 metros. Imagine-se que mesmo no centro da cratera vive um idoso numa pequena quinta onde cria galinhas!!!

Depois seguimos viagem pelas estreitas estradas montanha acima em direção a uma pequena localidade chamada "Teror", onde fizemos uma pausa para fotos e compras.

Continuamos a visita panorâmica observando a flora e os contrastes da paisagem e pouco depois entravamos na localidade de Arucas para visitar a Igreja de São João Batista.

A visita continuou depois pela ilha em direção ao porto onde embarcamos de novo no nosso navio para almoçar.
Na parte da tarde decidimos visitar a cidade por nossa conta. O centro da cidade é bastante bonito e está repleto de lojas, bares, e a zona da praia é também bastante atraente.

De volta ao navio aproveitamos o resto da tarde para desfrutar da piscina que estava finalmente pronta, e encher a barriguinha (o que de melhor se faz por aqui).

Após o jantar, houve espetáculo no teatro. Desta vez fomos presenteados com uma "look alike" da Celine Dion que interpretava na perfeição muitos dos temas da famosa cantora. Um show muito bom!

4º dia, Tenerife

Bem cedinho partimos para a nossa excursão em Tenerife, mais uma das ilhas do arquipélago das Canárias.
A ilha é bastante mais bonita que a Gran Canária e isso ficou logo evidente à chegada ao porto quando nos deparamos com a cidade de Santa Cruz.
O guia começou por nos mostrar parte da cidade destacando os papéis sócio-econômicos entre outros aspectos (algo aborrecidos). Seguimos então pela montanha acima, parte de um lindo parque florestal repleto de longos pinheiros e paisagens deslumbrantes.


Mais à frente já conseguíamos ver aquilo que me despertou a atenção deste que cheguei à ilha, um enorme vulcão, o Teide, que é o pico mais alto do território espanhol e o terceiro maior vulcão do mundo com uma altitude de 3718 m e aproximadamente 7500 m de altura sobre o leito oceânico.

Faz também parte do "Parque Nacional Canhadas del Teide", que nos presenteia com paisagem praticamente estéril que mais parece o planeta Marte. Encontra-se coberta de rochas que foram arremessadas pelo vulcão em fúria ao longo de várias erupções separadas por séculos e séculos... Ainda podemos observar os rios de lava solidificados como se tudo tivesse acontecido há bastante pouco tempo.


Sabe-se que há milhares de anos, haveria um vulcão mais alto e maior que o Teide, que originou uma massiva erupção que formou toda esta paisagem. Mais tarde novas erupções formaram o vulcão de hoje. Estima-se que o Teide terá mais de 100 milhões de anos sendo considerado em geologia, um bebé!

Este lugar serviu de palco de filmagens para filmes como "Planeta dos Macacos" e mais recentemente "Luta entre Titãs". 
Existe um teleférico para o topo do vulcão mas infelizmente não se encontrava em funcionamento nessa altura do ano.
De volta a Santa Cruz e ao navio, hora de encher a pança e voltar a sair para conhecer a agradável cidade por nossa conta.
À noite houve baile à brasileira agora que o calor começava a querer aparecer.

5º dia, em navegação...


E eis  que ao 5 dia o sol apareceu finalmente. Todo o mundo correu para a piscina e começou a festa com muita musica e diversão.., e comida!O resultado foi uma insolação logo no primeiro dia de sol.
Depois de um dia bem passado com muito sol, houve mais um espetáculo de música no teatro. Depois do jantar fomos ao cinema.

6º dia, em navegação...

Neste dia esteve ainda mais calor que no dia anterior com cerca de 28 graus.
Começamos o longo dia na piscina e lá ficamos o resto doa dia. Por volta do meio dia começamos a avistar as primeiras ilhas do arquipélago de Cabo verde composto por 10 ilhas, Primeiro passamos ao largo de Santiago e por volta das 15 horas avistamos a Ilha do Fogo com o seu imponente vulcão. Senti-me um verdadeiro explorador português em pleno século XV ao ver as ilhas pela primeira vez!
Durante o resto da tarde contonuei a difícil tarefa de fazer nada!
Às 19:15 houve um musical no teatro realizado pelos artistas do Vision seguido de um serão de cinema.

7º e 8º dias, em navegação...
9º dia, em navegação

Este foi um dia bem quente apesar de estar um pouco nublado. Na parte da manhã houve um concurso de "barrigadas" na piscina onde o concorrente tinha de fazer a maior "chapa" de barriga para ganhar a competição. O vencedor foi um português gordo que provocou um enorme tsunami na zona da piscina que quase afundava o barco!
À noite tivemos um espetáculo de magia bem diferente. 
No dia seguinte iriamos chegar ao Brasil e infelizmente não conseguimos reservar a excursão à praia de Porto de Galinhas que queria muito visitar. A unica opção era tentar organizar um grupo e alugar uma carrinha (van) para seguirmos viagem.

10º dia, Recife

Levantamo-nos bem cedo para ver o navio chegar ao porto da enorme cidade de Recife. Ainda tínhamos uma esperança de conseguir convencer alguém a ir connosco à tal praia famosa de Porto de galinhas em Pernambuco.
Depois do pequeno almoço descemos do barco e logo à saída encontramos vários  
representantes de companhia turísticas dispostas a levar-nos à praia. Logo formamos um grupo e partimos para Porto de galinhas. A viagem ficou-nos por 30 reais em vez dos 65 Us propostos pela Royal Caribbean, nada mau heim?
Deu para conhecer um puco da caótica cidade que é muito poluída e desorganizada mas bonita e cativante à sua maneira. Atravessamos uma longa área de campo com muitas plantações de cana de açúcar e vimos inclusive a fábrica da cachaça 51. Observamos também a vida das populações locais que vive principalmente em barracões e trabalham no campo como tivemos oportunidade de ver.

Porto de galinhas é uma localidade bem turística cheia de barraquinhas onde vendem de tudo um pouco. Conhecemos um rapaz brasileiro bem simpático que nos levou aos melhores locais e nos contou muitas histórias sobre o local. É de facto uma praia linda tal como nas fotos e em nada me desiludiu. Compramos algumas lembranças, provamos queijo assado, bebemos muita caipirinha e o resultado final foi um dia muito bem passado com os nosso irmãos brasileiros.
Um pouco mais tarde tivemos de regressar ao navio por que infelizmente o ponto mais fraco dos cruzeiros é o pouquíssimo tempo que temos para explorar os locais.

11º dia, em navegação

Este foi mais um dia de sol, piscina e muita comida. Como não podia deixar de ser, o dia começou com mais uma maldita aula de axé ou lá como se escreve. Perdoem-me os brasileiros mas ao fim de 11 dias já não podia ouvir mais as mesmas musícas! Eu já as sabia de cor! Era a musica da "bicicletinha", o "levantou poeira" e mais não sei quê, tudo protagonizado pela banda do navio e que cujo nome mudava consoante o local em que actuavam, apesar de serem sempre os mesmos...
À noite mais shows e mais espetáculos, mas devo dizer que  

a maioria eram de fraca qualidade, porque para piorar o cenário, parte dos artistas contratados haviam ficado retidos em Recife por falta de vistos de trabalho! Que anedota! Claro está que foram substituídos pelos funcionários do navio e o resultado final foram shows de baixa qualidade onde se notava a falta de ensaios, a baixa qualidade técnica dos dançarinos e desafinação dos cantores!
Esse dia ficou também marcado pela morte de uma turista alemã. Foi um episódio muito lamentável que aconteceu na altura que a senhora saiu do navio e entrou no porto e foi atingida por um enorme portão com cerca de 4 metros de altura e 200 quilos de peso que fazia parte dos equipamentos do porto...

 

12º dia, Salvador da Baía

Acordamos todos bem dispostos e animados pois, para mim, era agora que começava o verdadeiro Brasil. Infelizmente os procedimentos de atracagem no porto foram bastante demorados o que nos roubou precioso tempo neste destino.
À saida juntamo-nos a um grupo de brasileiros e partimos à descoberta da histórica cidade. A primeira paragem foi o mercado que fica logo de frente para o porto e onde compramos um bonito jambé com as cores da Baía.
Depois de perdermos o grupo na primeira tasca (boteco) que apareceu.., seguimos por conta própria para visitar a "nossa" antiga capital do Brasil.
Visitamos as ruas onde Michael Jackson gravou o vídeo clip para a famosa música "They dont care about us", aliás essa música fazia-se ouvir em todos os cantos da zona histórica!
Visitamos uma casa-museu e escola de samba onde se encontravam vários alunos a ensaiar com instrumentos bastante interessantes. Vistamos várias igrejas ainda do período colonial, bastante ricas em detalhes mas a precisar seriamente de restauração!
Depois foi só caipirinhas pois o tempo não dava para muito mais.
depois de visitar um pouco mais do centro histórico fomos procurar a praia para dar um
mergulho. 
Ainda a caminho do navio encontramos mais uma tasquinha onde a bebida era muito barata. Por lá fizemos mais uma amiga (a bebedeira era já muito avançada), uma senhora já com alguma idade que por entre garrafas e garrafas de cerveja (pagas por nós) nos contou as histórias da sua vida e da cidade. Um senhora muito safada que, por altura da sua juventude, namorava dois marinheiros (um português e o outro holandês, salvo erro) que de tempos a tempos atracavam no porto da cidade. Uma história muito engraçada!
Depois a festa continuou na piscina do navio...


13º dia, em navegação

Um pouco mais do mesmo, sol, comida, diversão e à noite jantar com o Gerval e a Maria, um casal de brasileiros simpáticos que conhecemos a bordo e com quem fizemos amizade. Este género de cruzeiros é frequentado por pessoas mais velhas e por isso não foi muito fácil fazer amizades...

14º dia, Rio de Janeiro

A chegada ao porto do Rio de Janeiro é algo de extraordinário. Ainda longe já avistávamos o Cristo Redentor no topo do Morro do Corcovado, o Pão de Açúcar e as inúmeras favelas que pintam as encostas da cidade.
Partimos então numa excursão cuja primeira paragem seria no Morro do Corcovado. Devo dizer que imaginava a cidade um pouco mais desenvolvida e cuidada mas ainda assim é muito bonita. Iniciamos a nossa visita ao Cristo começando pelo embarque no eléctrico (bonde) cá bem em baixo. A subida dura cerca de 20 minutos e atravessa o Parque Natural da Tijuca repleto de árvores. Um delas chamou-me bastante a atenção, a árvore que dá uma fruta chamada "Jaca". É uma peça de fruta bem esquisita, algumas com o tamanho de 
 
uma meloa, verdes e com textura rugosa. Vi também muitos macaquinhos!
Lá de cima com uma vista de 360 graus, a minha ideia sobre a cidade mudou drasticamente. De facto é uma cidade lindíssima e ponto final.
Depois de descer a montanha seguimos para o Pão de Açúcar debaixo de uns insuportáveis 42 graus.
Para quem tem vertigens não aconselho nada esta aventura pois a experiência causa alguma impressão! A vista aqui é também soberba e vale bem a pena.
Depois fomos almoçar ao famoso restaurante "O Porcão" e deu para ver um pouco desta zona tão famosa mas que não achei nada de especial. Parece que por aqui já se viveu melhores dias, ou então visitamos a parte errada de Copacabana... Pessoalmente prefiro a Praia da Rocha em Portimão.., LOL!
Deu ainda tempo para uma visita panorâmica às partes mais interessantes da cidade e quando voltamos ao navio decidimos ainda visitar, por conta própria, um mercado de velharias ali perto. Devo dizer que à partida para este dia senti alguma apreensão respeitante à segurança mas no fim não me senti ameaçado de todo! Correu tudo da melhor maneira. Já em relação a esta pequena visita ao mercado as coisas já não foram bem assim. De salientar que eram os
turistas brasileiros que tinham mais medo e contavam as mais aterradoras histórias acerca da violência na cidade! Ninguém gostou muito da experiência, pois as ruas eram bastante agitadas e pareciam algo perigosas (a parte psicológica depois de tanta história também não ajudou), mas a verdade é que toda a gente regressou com vida ao navio.., he.. he..


15º dia, São Paulo/ Lisboa

Acabou aqui a nossa viagem. Depois de uma noite turbulenta com muita agitação marítima chegamos ao destino final.
A caminho do aeroporto Santos Dumont, vimos muitas barracas.., cidades inteiras delas!  Pensava eu que só haviam nas grandes cidades mas pelos vistos existem em toda a parte. Vi muita pobreza mas de alguma forma as pessoas pareciam bem felizes à sua maneira.
O voo de volta a Portugal foi longo e cheio de turbulência, foram 9 horas de tortura!
No final ficou a vontade de um dia voltar ao Brasil e ver muito mais do que o país tem para oferecer, mas desta vez com tempo.
























1 comentários:

Danilo Dantas Ferreira disse...

Quando puder visite Natal. É uma cidade maravilhosa para passear e curtir as dunas, praias, lagoas. Eu achei uma maravilha.

Gostei tanto da cidade que morei por 3 anos lá.

Se for passear de buggy, que super recomendo, tenho uma indicação de bugueiros:
https://natalaventura.com

Esse é o Site do Rossini, um bugueiros super gente boa.... Toda minha família andou com ele.