junho 04, 2015

Turquia 2015

Esta era uma viagem que há muito queria fazer e que desde cedo sabia que haveriam algumas condicionantes. A língua seria uma dessas condicionantes, assim como os costumes e a tradição. Não sou propriamente fã de países muçulmanos, sendo que já viajei para a Tunísia e Egipto mas por agências de turismo o que facilita imenso a nossa viagem.


A ideia era visitar alguns dos pontos mais interessantes da Turquia ( e com história, nada de zonas de veraneio como Izmir, konya, etc..), seguindo depois para Atenas e retornando à Turquia através da Bulgária. Algumas coisas correram bem, outras bastante mal, mas no fim não me arrependo de nada.., quase nada...


Aqui fica o itinerário completo da viagem:

4, 5, 6, 7, 8 Istambul
4 - Chegada a Istambul: Nada programado
5,6,7,8- Visita à cidade
8- Voo para Goreme (Nevsehir) 20:25/ 21:50h
8, 9, 10, 11, 12 Göreme
8 - Chegada a Göreme e alojamento: Nada programado
9 - Passeio de Balão (se condições meteorológicas permitirem)
- Visita do museu a céu aberto
10 - Excursão a determinar
11 - Excursão a determinar
12 - Voo para Izmir
12, 13 Izmir/ Selçuk/ Efeso
12 - Izmir - Apanhar comboio  13:51h para Selçuk e alojamento
13 - Selçuk: Visita às Ruinas de Efeso entre outros
13, 14, 15 Selçuk/ Denizli
13 - Chegada a Denizli de comboio e alojamento
 4 - Visita a Pammukale
15 - Voo para Atenas

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Dia 1: Istambul
Depois de uma viagem agradável com a Turkish Airlines (para mim a melhor companhia em que viajei) chegamos ao aeroporto internacional (Atatürk) de Istambul. Já era bastante tarde por isso limitamo-nos a conhecer as redondezas do hotel e jantar num restaurante ali perto. O hotel (www.booking.com/Esen-Hotel) é bastante fraquinho mas para quem viaja com poucos recursos é bem barato, para além de se localizar perto das atrações principais. Só uma dica: não conte muito com o wireless... é tipo "vai e vem"
Dia 2: Istambul (Mesquita Nova, Bazar Egípcio, Mesquita de Suleymaniye, Mesquita de Sehzade, Cruzeiro no Bósforo)
Estava um bonito dia de sol por isso fiz umas alterações no guia de viagem para poder aproveitar o cruzeiro no Bósforo, pois os próximos dias trariam chuva e neve.
Mesquita Nova (em turco: Yeni Cami ou Yeni Valide Camii)





Nas imediações da Mesquita Nova 
 

Mesquita Suleymaniye, a que gostei mais!
No interior da Mesquita


Fantástica vista da Mesquita












Cemitério da Mesquita Suleymaniye




Aqueduto de Valens



Para fazer um cruzeiro no Bósforo basta chegar no porto junto à Ponte de Gálata e escolher uma das muitas ofertas disponíveis. Existem vários tipos de cruzeiros em que as diferenças são essencialmente a duração e percurso do cruzeiro e tipo de navio. Paguei qualquer coisa como 6 euros por pessoa!












O cruzeiro foi o ponto alto deste dia e valeu bem a pena. A cidade é muito bonita e a sua história ecoa por todo o lado. Istambul encontra-se divida pelo Estreito do Bósforo. De um lado temos a parte europeia (a mais velha) do outro lado a parte asiática. Os roteiros normalmente concentram-se mais na parte europeia pois é onde se encontram a maioria das atrações da cidade. O lado europeu é também dividido pelo estreito mas ambos as margens se encontram unidas pela ponte de Galáta. A zona histórica (sul do estreito) é mais velha, mais pobre e suja em determinadas zonas, mas é lá que a a história reside. A zona mais nova (norte do estreito, Taksim square, etc..) é mais limpa, mais desenvolvida mas resume-se à Torre de Galáta e a lojas e restaurantes. 

Bazar Egípcio



Dia 3: Istambul (Hagia Sofia, Cisterna da Basilica, Sultahnamet Square, Mesquita Azul

O dia começou bem. Começou a nevar e as saudades que tinha da neve eram imensas, fez-me recordar os bons tempos que passei na Bélgica e Holanda onde vivi por 2 anos. Começamos por visitar a Mesquita Azul que vale muito pelo seu interior com os seus bonitos azulejos azuis.




Depois seguimos para a Hagia Sofia. Outrora uma grande basílica grega ortodoxa, mais tarde uma mesquita, é nos dias de hoje um importante museu a não perder.








Debaixo de um forte nevão seguimos para a a Cisterna da Basílica que é a maior das cisternas construídas em Istambul no período Bizantino. Tem 336 colunas e capacidade para 30 milhões de litros de água!






Parece que foi a partir daqui que as coisas começaram a correr mal! Saímos da cisterna e fomos para o hotel e assim que chegamos começamos a ouvir sirenes de ambulâncias, bombeiros, helicópteros, enfim.., uma grande aparato. Liguei a televisão e do que consegui perceber com a ajuda do tradutor do google foi que tinha explodido uma bomba na esquadra da polícia, mesmo em frente à Cisterna da Basílica.., de onde tinha acabado de sair! Parece que uma activista qualquer, descontente com o governo resolveu entrar na esquadra da zona turística mais movimentada da cidade e explodir-se sem mais nem menos. Um polícia morreu e outro ficou ferido e obviamente a mulher morreu! O país atravessa alguma instabilidade política e o clima de guerra na fronteira da Síria (apesar de isso ser um problema à parte) parece não ajudar. Não será um dos países mais seguros para viajar mas também não entremos em pânico, desde q que se mantenha afastado de grandes multidões em protesto e da fronteira com a "Síria", é claro!


Dia 4: Istambul ( Praça Taksim, Torre de Gálata...)

Neste dia fomos conhecer a zona mais nobre da cidade, atravessando a Ponte de Gálata, passando pela Praça Taksim e acabando novamente na Ponte de Gálata.












 
Dia 5/6: Istambul/ Capadócia

Infelizmente foi a partir daqui que as coisas começaram a piorar! Primeiro foi o episódio da bomba (por estes dias anda bem pior), mas o pior ainda estava para vir...
Ora quando chegámos ao aeroporto Sabiha Gokcen, o nosso voo havia sido cancelado devido ao mau tempo. A Pegasus, que é uma das piores companhias em que já voei, comunicou que apenas haveria voos para a Capadócia no dia seguinte e tratou de distribuir vouchers para os hamburgueres mais baratos que haviam!!! E ainda tivemos o privilégio de dormir no chão, já que este aeroporto fantástico nem tem onde uma pessoa se sente!

Dia 7: Istambul/ Capadócia

Desta feita o "pássaro de ferro" lá descolou em direção ao aeroporto de Nevsehir na Capadócia. A chegada ao aeroporto foi confusa, como tudo neste país pouco preparado para o turismo, com muita falta de informação à mistura, o que nos levou a andar à procura do autocarro certo que nos levaria à estação dos autocarros. Como nem o condutor do autocarro nem ninguém no aeroporto falavam inglés, um rapaz turco muito simpático ofereceu-se para nos ajudar a chegar à estação. A viagem envolvia trocar de autocarro a meio do percurso, e quando chegámos à paragem certa o rapaz avisou-nos para sair, só que um polícia disse-nos que estávamos na paragem errada e que deviamos apanhar outro autocarro. O resultado final foi que andámos aos circulos pela cidade num autocarro velho e lotado de pessoas com 4 malas "às costas"... Foi um pesadelo tal que nem quero recordar mais! Interessa apenas dizer que lá chegámos à estação e apanhamos o autocarro para Goreme, o nosso destino na Capadócia.
Infelizmente chegámos com um dia de atraso o que nos complicou o roteiro, e assim não tivemos a oportunidade de andar de balão, algo que aconselho vividamente, pois é um dos melhores locais do mundo para se fazer.

 
Dia 8: Goreme

Neste primeiro dia em Goreme optámos por uma excursão que inclui o Goreme Open Air Museum, uma visita a Avanos, Pasabag e Vale dos Monges e uma visita a um atelier de artesanato local.































Dia 9: Goreme

O dia amanheceu lindo depois de do nevão da noite passada. Acordei com o som dos balões que passavam na frente da minha janela. Saí para a rua e subi a colina onde o hotel se situa e deparei-me com uma paisagem lindíssima de cortar a respiração! Um manto de neve cobria toda a área, e com uma vista soberba de 360 graus era possível admirar toda a beleza do local! 









Depois seguimos o nosso passeio por entre a neve sempre com a companhia de um cãozinho curioso!!

 


Até que chegámos ao "Love Valley"! (Rapidamente vai entender porque lhe deram esse nome)

O formato peculiar destas formações rochosas esculpidas pelos agentes erosivos ao longo de milhares de anos... fazem realmente lembrar qualquer coisa!




O emplastro do cão novamente!!






Os 14 graus negativos faziam-se sentir!!

Dia 10: Goreme

Neste dia estava programado um passeio de balão, pois é um dos melhores locais do mundo para se fazer, mas infelizmente disseram-me no dia anterior que as condições meteorológicas não seriam as melhores. À primeira vista o dia estava lindo sem qualquer tipo de complicação meteorológica, mas explicaram-me que o vento influencia a trajectória do balão levando-o para percursos menos pitorescos
Ficam aqui os últimos momentos desta passagem magnífica pela capadócia:






  

Dia 8: Capadócia/ Istambul/ Izmir/ Selçuk

De manhã bem cedo apanhámos o voo para Izmir com escala em Istambul que parecia estar a decorrer dentro da normalidade até chegarmos perto de Istambul. Quando começámos a descer para a aterragem no aeroporto doméstico começaram as complicações. No meio de um forte nevão, acompanhado de chuva e ventos fortes, o pequeno avião da Pegasus Airlines começou a debater-se contra uma queda que parecia iminente. O aparelho abanava de forma violenta sobre o Mar de Mármara com altos e baixos repentinos que não deixavam ninguém indiferente. A maior parte das pessoas a bordo gritavam em desespero enquanto que outras, visivelmente agoniadas, vomitavam por todo o lado... Depois da descida atribulada o avião conseguiu aterrar depois de 20 minutos de luta exaustiva!!
Não estava propriamente preparado para fazer o voo de ligação com destino a Izmir e cancelei o voo, pois não entendo como os voos ainda não haviam sido cancelados. Decidi então comprar um bilhete de autocarro para Selçuk evitando um voo que poderia não correr bem.
Chegámos nessa noite a Selçuk são e salvos! No dia seguinte iriamos visitar a antiga cidade romana  de Éfeso que fica a poucos quilómetros de Selçuk.

Dia 9: Selçuk/ Éfeso/ Denizli

Dia de visitar a cidade greco-romana de Éfeso que foi uma das doze cidades da Liga Jônia durante o perído clássico grego. Foi a segunda maior cidade do império Romano ficando apenas atrás de Roma, claro! Com 250 000 habitantes foi também a segunda maior cidade do mundo à época. Durante a minha visita, Éfeso foi reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade.


Anfiteatro

Túmulo



O anfiteatro tinha capacidade para 25 mil pessoas!

Os habitantes por estes dias são outros...



A cidade terá entrado em declínio devido ao assoreamento do rio que ligava a cidade aos principais portos do império e também devido aos terremotos que assolaram a região.



Biblioteca de Celso
Biblioteca de Celso foi construída por volta de 135 d.C. em homenagem ao senador romano Tibério Júlio Celso Polemeno. A biblioteca armazenava perto de  12000 rolos, e  servia também como mausoléu para Celso. 










Castelo de Selçuk





Para além da cidade de Éfeso e do castelo, a cidade de Selçuk pouco mais tem a oferecer. Vive essencialmente do turismo e isso nota-se no tipo de restaurantes e lojas espalhadas pela cidade o que acaba por ser bom para o turista, pois a comida é um pouco melhor e a maior parte das pessoas fala inglês.
Daqui comprei um bilhete de comboio para Denizli numa viagem agradável de cerca de 3 horas. De referir que o sistemas de transportes na Turquia é bastante desenvolvido, os comboios e autocarros são novos e a preços acessíveis.


Dia 10Denizli/ Pamukkale/ Hierápolis

A última paragem programada no meu roteiro foi uma visita a Pamukkale, Castelo de Algodão em turco, que é um conjunto de piscinas termais de origem calcária que ao passar dos séculos formam bacias de água que descem em cascata pela colina.
Por baixo do monte existem fontes termais que jorram água quente juntamente com carbonato de cálcio que mais solidifica formando o chamado "mármore travertino". O aspeto final são estas colinas magníficas que parecem cobertas de neve!!










Água quente jorra das entranhas da terra!

Um peregrino perdido nas colinas!








Anfiteatro na antiga cidade de Hierápolis
E assim foi o final desta viagem à Turquia cheia de surpresas, algumas boas outras nem tanto! É realmente um país fascinante, cheio de contrastes e que enche a alma a quem o visita, é pena que por estes tempos a paz tenha sido afastada deste grandioso país. Um dia quando tudo estiver serenado hei de cá voltar para descobrir o muito que ainda tem para oferecer. Até um dia!
Daqui seguimos para a capital grega, um city break que aqui relatarei mais tarde.










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